Cancro da Próstata

A próstata é uma glândula, localizada no aparelho urinário inferior, debaixo da bexiga e ao redor da uretra, que só existe no sexo masculino. A próstata produz parte do líquido que transporta o sémen e tem músculos lisos que ajudam a empurrar para o exterior o sémen durante a ejaculação. A próstata saudável é do tamanho de uma noz. O cancro de próstata é um tumor maligno da próstata. Atualmente, o cancro da próstata é o cancro mais prevalente na Europa no sexo masculino, mas tem uma taxa de sobrevivência relativamente alta. De um modo geral, o cancro da próstata é assintomático, o que significa que não há sintomas claros que indiquem a sua presença. De acordo com o tipo de cancro da próstata (estádio TMN), o tratamento pode ser a cirurgia, a radioterapia, a terapêutica hormonal ou a associação de cirurgia e terapêutica hormonal. 1

PREVALÊNCIA

O cancro da próstata é raro nos homens com menos de 40 anos e desenvolve-se, principalmente, nos homens com mais de 65 anos; a idade média de diagnóstico do cancro da próstata é 69 anos. Há vários fatores de risco conhecidos de cancro da próstata, dos quais os mais importantes são a idade e casos de cancro da próstata na família (história familiar de cancro da próstata). Comer mais carne vermelha e lacticínios poderá também aumentar o risco de cancro da próstata.

O crescimento de células do cancro da próstata é impulsionado pelas hormonas sexuais masculinas, os androgénios. Os androgénios são produzidos quase exclusivamente nos testículos, sendo a testosterona o androgénio mais importante.

Atualmente, o cancro da próstata é o cancro mais prevalente na Europa no sexo masculino. Também na Europa, devido aos avanços registados no seu diagnóstico e o tratamento, a taxa de sobrevivência dos doentes com cancro da próstata é relativamente alta e continua a aumentar. 1

SINAIS E SINTOMAS

De um modo geral, o cancro da próstata não tem sintomas claros que indiquem a sua presença (ou seja, é assintomático). Isto, porque na maioria dos casos, quando há sintomas atribuíveis à próstata estes são causados pelo aumento de volume da próstata com o envelhecimento (hipertrofia benigna da próstata) ou por uma infecção desta. Quando o cancro da próstata causa sintomas é, geralmente, sinal de que está a avançar. Esses sintomas poderão incluir: sintomas urinários, como frequência urinária ou jacto fraco de urina; sangue na urina; problemas de erecção; incontinência urinaria; perda do controlo intestinal; dor nos quadris, costas, peito ou pernas; fraqueza nas pernas.

O diagnóstico é feito por teste de PSA, toque rectal, imagiologia e biopsia. O teste de PSA, é uma análise de sangue para verificar o nível de antígenio específico da próstata (PSA). Se o nível de PSA estiver muito alto pode ser devido a um cancro da próstata, mas também devido à irritação da próstata (desportos, relações sexuais, cateter urinário), a uma infecção ou um aumento benigno da próstata (hipertrofia benigna da próstata). O toque retal é o exame do reto com um dedo para sentir o tamanho, a forma e a consistência da próstata. A imagiologia inclui a ecografia, a tomografia computadorizada (TC), a ressonância magnética (RM) e a cintigrafia óssea. Se o risco de cancro da próstata for alto, pode ser necessário efetuar uma biopsia do tecido da próstata para confirmar se há ou não cancro. As biopsias podem ser realizadas através da parede do reto (biopsia trans-retal) ou através da pele entre os testículos e o ânus (biópsia trans-perineal).

O cancro da próstata é classificado de acordo com a sua localização (estádio) e a agressividade das células cancerosas (grau). O estádio é determinado com base no toque retal e nos exames imagiológicos e baseia-se na classificação TNM, em que T se refere ao tamanho e à localização do cancro primitivo, N aos nódulos linfáticos afectados à volta da próstata e M à disseminação para outras partes do corpo (as chamadas metástases, que no cancro da próstata são, geralmente, nos ossos, coluna vertebral, pulmões, fígado ou cérebro). O grau é estabelecido pelo patologista por análise de tecido prostático, retirado por biopsia.

Existem diferentes estádios do cancro da próstata. Se o tumor é limitado à próstata e não se espalhou, designa-se por cancro da próstata localizado. Se o tumor cresceu da próstata para os tecidos vizinhos, como as vesículas seminais, o colo da bexiga ou os gânglios linfáticos ao redor da próstata, designa-se por cancro da próstata localmente avançado. Se o tumor se espalhou, para gânglios linfáticos distantes ou para outros órgãos, designa-se por cancro da próstata metastizado.1

TRATAMENTO

No cancro da próstata localizado, o tratamento pode ser conservador (monitorizar a progressão da doença através de vigilância ativa ou espera vigilante), cirurgia (prostatectomia radical, ou seja remover toda a próstata e as vesículas seminais), radioterapia (radiação externa ou braquiterapia) ou terapêutica de ablação.

No cancro da próstata localmente avançado, o tratamento poderá ser conservador (espera vigilante), prostatectomia radical ou uma combinação de radioterapia e terapêutica hormonal. Esta última é uma terapêutica anti-androgénios (p. ex. com a nilutamida) que tem como objetivo retardar o crescimento do tumor.

No cancro da próstata metastizado, o tratamento é paliativo e feito com terapêutica hormonal (terapêutica anti-andrógenios), acompanhada ou não de quimioterapia na fase inicial, e em conjunto ou não com castração cirúrgica (remoção de ambos os testículos). Neste contexto, a terapêutica hormonal (terapêutica anti-andrógenios) retarda o crescimento do tumor primário e das metástases e ajuda a controlar os sintomas. 1

(1) European Urological Association (EAU). Patient Information. Prostate Cancer. Acessível aqui

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