Aparelho Geniturinário
Incontinência Urinária
A incontinência urinária (IU) é uma doença com elevada prevalência que se define como qualquer perda involuntária ou indesejada de urina. O risco de desenvolver IU aumenta com a idade, mas os indivíduos mais jovens também podem desenvolver esta doença. As mulheres são mais propensas a sofrer de IU que os homens.
A IU causa stresse negativo, constrangimento e perda da qualidade de vida. Muitas pessoas com IU não se tratam porque se sentem desconfortáveis em discutir esta doença com um médico, mesmo com o seu médico assistente.
As causas de IU são diversas e incluem: deficiências hormonais; fraqueza dos músculos do pavimento pélvico; parto; cirurgia pélvica; infecções do aparelho urinário; doenças neurológicas; hipertrofia benigna da próstata; cirurgia de próstata.
Na maioria dos casos, a IU pode ser tratada ou curada. As principais opções de tratamento incluem o tratamento conservador, o tratamento com medicamentos, a estimulação nervosa e a cirurgia para aumentar o volume da bexiga.1
PREVALÊNCIA
Estudos populacionais mostraram uma prevalência de qualquer tipo de IU de 25 a 45%. Mostraram também que a IU é mais comum nas mulheres do que nos homens e ainda que, aproximadamente, 10% de todas as mulheres adultas sofrem de IU. A prevalência de IU aumenta com a idade e, no grupo etário ≥ 70 anos, afeta mais de 40% da população feminina; as suas taxas de prevalência são ainda mais altas nos muito idosos e nos doentes dos lares de idosos.2
SINAIS E SINTOMAS
O principal sintoma de IU é a perda involuntária ou indesejada de urina. Existem 3 diferentes tipos de incontinência urinária, dependendo de como e quando se dá a perda de urina:
– Incontinência urinária de esforço (IUE) – ocorre, devido a fraqueza da uretra ou do esfíncter urinário, durante atividades físicas que aumentem a pressão sobre a bexiga cheia. Por exemplo, tossir, espirrar, rir, correr, saltar, levantar coisas pesadas, como sacos de compras;
– Incontinência urinária de urgência (UUI) – ocorre devido a uma contracção involuntária do músculo da bexiga e caracteriza-se por uma necessidade súbita de urinar, que não pode ser adiada.
– Incontinência urinária mista – situação em que coexistem sintomas de IUE e UUI.
O diagnóstico da IU inclui o exame físico (incluindo o toque retal no homem e o exame ginecológico na mulher), questionários sobre os sintomas e em que medida estes afetam as atividades da vida diária do doente (estes questionários são também utilizados para monitorizar a evolução da doença ao longo do tempo, durante o tratamento), a análise de urina (para ver se existe uma infecção urinária), o diário miccional (onde o doente anota quantos líquidos bebe, quantas vezes urina e quanta urina produz). Poderá também incluir a ecografia vesical (para avaliar a urina residual pós-esvaziamento da bexiga), a avaliação urodinâmica (urofluxometria ou testes urodinâmicos invasivos) e a cistoscopia.1
TRATAMENTO
Tratamento conservador: As medidas conservadoras podem melhorar significativamente a IU e melhorarem a qualidade de vida. Essas medidas incluem mudanças do estilo de vida, treino da bexiga e exercícios dos músculos do pavimento pélvico. Se o tratamento conservador não for eficaz, devem ser consideradas outras opções de tratamento, como o tratamento com medicamentos, a estimulação nervosa, a injeção de toxina botulínica na bexiga e a cirurgia para aumentar o volume da bexiga.
Tratamento com medicamentos: os medicamentos mais utilizados para tratar a incontinência urinária são os anticolinérgicos (p. ex.: cloridrato de oxibutinina) e o mirabegron, que melhoram a UUI. Em alguns casos, outros medicamentos como a desmopressina, a duloxetina ou o estrogénio vaginal podem ser apropriados.
Estimulação nervosa (neuromodulação): utilização de pulsos de corrente elétrica para estimular os nervos sagrados (que controlam o comportamento da bexiga).
Injeção de toxina botulínica na bexiga: injeção na parede da bexiga de toxina botulínica, o que evita a contração involuntária da bexiga.
Cirurgia para aumentar o volume da bexiga: pode ser utilizada na UUI e na IUE. 1
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